Um estudo realizado entre 2011 e 2013 na Santa Casa Misericórdia de Campo Grande, MS, conduzido pelo Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Campo Grande, analisou os custos de pacientes internados por causa de queimaduras graves, de 2º e 3º graus, tendo como sujeitos da pesquisa 46 pacientes. Estas pessoas foram divididas em dois grupos iguais de 23 indivíduos, onde o grupo I foi tratado com Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) e o grupo II, sem o auxílio da técnica.
O levantamento revelou que o tratamento coadjuvante de Oxigenoterapia Hiperbárica gera uma economia financeira em cerca de 16% nos custos hospitalares e abrevia o tempo médio de internação em seis dias.
A maioria dos pacientes pertencia ao sexo masculino, 56,5% com OHB e 60,9% sem o tratamento. O agente causador da queimadura mais predominante nos dois grupos foi produto inflamável e a idade média do grupo I foi de 27,9 anos e a do grupo II, 26,7 anos.
Segundo o estudo, o tempo médio de internação grupo I foi de 23,3 dias e do grupo II, 29,8 dias. A média dos gastos com enxerto do grupo I e II foi respectivamente R$ 89,74 e R$ 209,39, sendo que, o custo médio com internações do grupo I foi de R$19.933,91 e do grupo II, R$ 26.285,22.
O resultado final de gastos médio por paciente do grupo I foi de R$ 22.369,87 e do grupo II, R$ 26.707,65, gerando uma economia por paciente de R$ 4.337,78 (16%). A conclusão do estudo indica que a introdução de Oxigenoterapia Hiperbárica no tratamento de queimados graves diminui os procedimentos cirúrgicos como enxertos e desbridamentos, o tempo de internação e gera economia considerável nos gastos hospitalares, hoje estrangulados pela crise financeira que atinge as Santas Casas pelo Brasil.
Tratamento com oxigênio, o gás, fundamental para a sobrevivência humana, pode ajudar no tratamento das queimaduras agudas de 2º e 3º graus por meio da Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB). “No caso das pessoas queimadas, a terapia hiperbárica auxilia na cicatrização da pele lesionada, combate processos infecciosos, prolifera novos vasos sanguíneos e ajuda na adaptação e integração de enxertos na pele. Com a terapia, espera-se que o paciente evolua mais rapidamente para a alta médica”, explica Larissa Passerotti, médica nefropediatra e especialista em medicina hiperbárica.
A Oxigenoterapia Hiperbárica consiste em colocar o paciente dentro de uma câmara pressurizada, com oxigênio puro pressurizado em até 2,5 atmosferas. As sessões de terapia, que duram de 90 a 120 minutos, aumentam o oxigênio dos tecidos humanos por meio da corrente sanguínea, que absorve o gás na respiração e o transporta para todo o corpo, principalmente para as lesões.
“Indolor e sem procedimentos invasivos, durante todo o procedimento da sessão de Oxigenoterapia Hiperbárica um técnico de enfermagem capacitado acompanha e assiste os pacientes no interior do equipamento”, completa a especialista.