No mundial dos EUA, em 2013, o pior adversário da Intelli foi o cansaço e em conseqüência, as lesões. Estreante em competições deste porte a equipe de Orlândia sofreu com a crueldade do calendário que antecedeu a disputa e chegou aos jogos decisivos com vários desfalques, principal motivo da eliminação precoce da equipe na semifinal.
Renzo Spedicato, presidente da Intelli, lembra de um momento crucial, em que o sonho do título mundial foi desfeito.
- Naquele jogo tivemos vários desfalques por lesões de todos os tipos, antes e durante os jogos, um exemplo foi o Falcão, que se lesionou justamente quando vencíamos a semifinal contra o Dínamo – Explicou o presidente.
Dessa vez o atual campeão brasileiro busca de todas as formas desembarcar no Cazaquistão, onde acontecerá a Super Copa do Mundo de Futsal, no início de outubro, com a equipe completa e livre do fantasma que assolou a equipe na temporada passada e algumas ações estão sendo efetivadas.
- Estamos tendo todo o cuidado possível com o Jackson e o Dieguinho, que estão voltando de lesão, além do Lukaian que está em tratamento intensivo para se recuperar a tempo, priorizamos a supercopa do mundo, toda a preparação tem sido em torno disso – Comenta Saulo, Fisioterapeuta do clube.
A equipe também inovou e foi buscar inspiração nos maiores atletas e clubes do mundo, o tratamento na câmara hiperbárica, geralmente usado em profissionais de mergulho que voltam à superfície depois de um longo período de submersão e que no esporte, há muito tempo é utilizado por desportistas de alto rendimento como: Rafael Nadal, Michaels Phelps, Novak Djokovic, Falcão Garcia, Valentino Rossi, Hulk, Minotauro e muitos outros, tanto para a aceleração no tratamento das lesões, quanto para acelerar a recuperação após treinos e uma sequência grande de jogos.
O que possibilitou a ideia inovadora, foi a parceria com a O2 Centro Hiperbarico, da cidade de Franca, município vizinho à Orlândia.
- Uma parceria com a O2, clínica especializada neste tipo de tratamento possibilitou que trouxéssemos essa novidade para o futsal, atletas da NBA já utilizaram, UFC, várias seleções de futebol do mundo, inclusive no mundial do Brasil e com certeza trará benefícios. Por enquanto a ideia é chegar no melhor nível possível no mundial, mas a parceria com a O2 é por tempo indeterminado e a partir de agora nosso departamento médico irá utilizar com freqüência – Explicou o presidente Renzo.
Antigo conhecido do esporte de alto rendimento.Novidade no futsal, a oxigenoterapia hiperbárica, faz parte dos noticiários esportivos há muito tempo.
O jogador de basquete Larry Taylor é conhecido por suas jogadas que são consideradas de outro planeta, mas o norte-americano naturalizado brasileiro, também convive com muitas lesões. Em uma das suas contusões, o jogador passou pelo tratamento de oxigenoterapia hiperbárica. Segundo o fisioterapeuta Rogério Lourenço, do Bauru Basketball Team, equipe de Taylor, a medicina hiperbárica foi indicada para o jogador quando ele sofreu um estiramento de algumas fibras musculares na coxa.
"Em 2010, o time teria pela frente uma sequência de jogos decisivos com o Flamengo pelo playoff do NBB (Novo Basquete Brasil). A equipe não poderia ficar sem o Larry e a Oxigenoterapia Hiperbárica foi um tratamento complementar à fisioterapia para acelerar a cicatrização da lesão e recuperar o atleta em um menor tempo possível. O resultado foi satisfatório e o Larry pôde disputar os jogos finais", conta Lourenço. O atacante da Seleção Brasileira de futebol, Hulk, se recuperou em duas semanas da rotura de ligamentos do tornozelo esquerdo que sofreu atuando pelo Porto, quando tudo apontava para que estivesse fora de combate por no mínimo um mês. Em 2012, se preparando para a Olimpíada de Londres, o nadador norte-americano Michael Phelps resolveu dormir todas as noites em uma câmara hiperbárica instalada em seu quarto, para acelerar a recuperação após intensos períodos de treinamento.
- É algo que ajuda na minha recuperação, é muito importante para mim, agora que estou ficando velho, pois não me recupero tão rápido quanto antigamente – explicou o nadador na época.
Em Londres Phelps conquistou seis medalhas, sendo quatro de ouro (100m mariposa, 200m estilos, 4x200 estilo livre e 4x100 estilos) e duas de prata (200m mariposa e 4x100m estilo livre).
Outro célebre usuário da oxigenoterapia hiperbárica, é o tenista sérvio, Novak Djokovic, que revelou em 2011 que seu principal artifício para a recuperação após as partidas era a utilização da máquina. De acordo com Djokovic a câmara lembra uma máquina espacial.
- Ajuda realmente, não só os músculos, mas principalmente para se recuperar após uma partida cansativa. É como uma nave especial com uma tecnologia muito avançada - afirmou o tenista.